Accionistas Americanos e Britânicos Superam Chinesa Fosun no Millennium bcp

Os accionistas britânicos e americanos têm agora maior peso no capital do Millennium bcp do que a chinesa Fosun, que vem reduzindo a sua participação no maior banco privado de Portugal no último ano, segundo o jornal Expresso.
Os investidores vindos dos Estados Unidos da América e do Reino Unido representavam, em junho, 25,7% dos acionistas do banco liderado por Miguel Maya, mais do que os 25,6% de portugueses, segundo o relatório e contas semestral, e muito mais do que os 16,9% em dezembro.
A descida da posição da Fosun, entre junho de 2023 e junho de 2024, fez com que o peso da nacionalidade chinesa no capital do BCP passasse de 29,9% para 20%. Uma quebra de praticamente dez pontos, quando, no mesmo período, ingleses e americanos cresceram 15 pontos.
“Trata-se de investidores institucionais, nenhum deles individualmente com uma participação qualificada”, responde a assessoria de imprensa ao Expresso.
Uma fonte com que o Expresso falou comentou, em anonimato, que estes institucionais, profissionais e qualificados, estão à procura de dividendos (o banco pretende distribuir pelo menos 50% dos lucros a partir do próximo ano). A cotação do banco tem melhorado (mais de 50% num ano) e a gestão defende ter o balanço normalizado.
A braços com uma elevada dívida que a fez ponderar a alienação de participações não estratégicas, a Fosun sublinhou a importância do BCP, mas decidiu diminuir a sua participação no último ano. Já houve inclusive notícias de agências como a Reuters a dar conta da disponibilidade do grupo em vender a sua participação restante, de 20%, nunca confirmadas pelo grupo, representado em Portugal por Jorge Magalhães Correia.
Mesmo assim, a Fosun continua a ser a principal acionista (20%), ligeiramente acima da Sonangol (19%). São as únicas com posição qualificada. No BCP, há um limite aos direitos de voto nos 30%, pelo que qualquer acionista que supere a fasquia nunca terá mais de 30% dos votos – a Fosun nunca superou tal barreira.
A China ganhara peso no BCP quando o grupo chinês, na segunda metade de 2016, promoveu uma capitalização e assumiu o papel de maior acionista, superando a angolana Sonangol, na altura a braços com a crise do petróleo (há anos que a participação angolana no capital está perto dos 20%, sem grandes oscilações).

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