O Banco Central do Brasil admitiu dificuldades no projeto de uma moeda digital, ao concluir a primeira fase de testes que revelaram desafios tecnológicos e limitações, nomeadamente na capacidade das autoridades de controlar o uso das moedas.
“O [projeto] piloto se mostrou desafiante do ponto de vista tecnológico, e vem demandando na segunda fase um acompanhamento mais intensivo do que o antecipado”, disse o órgão emissor brasileiro num relatório.
O projeto, chamado Drex, é uma moeda digital de banco central (CBDC) e a sua primeira fase de testes foi iniciada em julho de 2023, com a colaboração de bancos privados.
O Banco Central afirmou que “será necessário um grande esforço de adaptação para que a plataforma Drex sirva como uma infraestrutura de serviços inovadores para a sociedade” e que os testes revelaram limitações na capacidade das autoridades de controlar o uso das moedas, o que dificultaria a monitorização de transferências de fundos associadas a atividades ilícitas.
Limitações também foram encontradas nas capacidades de programar ‘tokens’ e criar novos serviços financeiros por meio de contratos inteligentes.
“Apesar do progresso significativo na direção do anonimato, soluções comprovadas têm limitações que atualmente comprometem sua adoção no contexto das necessidades empresariais”, lê-se no relatório.
Em conjunto com o relatório, o órgão emissor brasileiro divulgou um comunicado no qual confirmou o lançamento de uma segunda fase de testes do projeto, embora tenha enfatizado que “o desenvolvimento contínuo e a colaboração estreita entre reguladores, desenvolvedores, academia e participantes do mercado serão necessários para superar os obstáculos atuais”.
O principal objetivo da segunda fase do projeto da moeda digital brasileira será avançar nas questões de privacidade, ao mesmo tempo em que analisa sugestões de instituições privadas participantes para avaliar casos de uso.
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24 February 2025