Brasil Antecipa Novo Recorde nas Trocas Comerciais com a China

Geraldo Alckmin, Presidente do Brasil em exercício, previu que 2024 deverá marcar um novo recorde comercial na relação entre Brasil e China.

Numa conferência anual do Conselho Empresarial Brasil e China (CEBC) a propósito dos 50 anos das relações comerciais entre Brasil e China, Alckmin afirmou que o comércio entre os dois países cresceu 7,4% no acumulado de janeiro a julho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

“Há 14 anos, a China é o maior e mais importante parceiro comercial do Brasil”, destacou o Presidente em exercício. O Brasil exporta muitos alimentos para a China, o que traz segurança alimentar ao país asiático, adiantou.

Geraldo Alckmin citou ainda os embarques brasileiros de petróleo, ferro e celulose e lembrou que o Brasil importa diversos itens da China. Salientou que “novas oportunidades” devem aparecer na relação comercial entre Brasil e China, citando iniciativas dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em áreas como infraestruturas, logística, ferrovias, portos e energia.

A China respondeu no ano passado por 52% de todo o superávit comercial brasileiro, informou o embaixador e presidente do CEBC, Luiz Augusto de Castro Neves, na abertura do evento.

De acordo com o embaixador, estão a nascer projetos chineses em todo o Brasil, de norte a sul e de leste a oeste. No decorrer das últimas décadas a China vem investindo em 200 projetos em solo brasileiro somando USD 70 mil milhões.

“Nosso país está entre os dez no mundo que mais recebem investimentos chineses”, disse Castro Neves, apontando que o setor energético é o que mais atrai investimentos da China no Brasil e que a infraestrutura responde por um quarto de todos os projetos de investimentos chineses no Brasil.

E continua a ser o setor energético o mais promissor para a China no Brasil na esteira da transição energética já que o Brasil tem vantagens comparativas muito significativas em relação a outros países quando se trata de economia verde por causa da sua grande vocação para produção do hidrogénio verde.

“A China também está de olho na setor de tecnologia brasileiro e tem feito investimentos neste segmento”, disse o presidente do CEBC.

Em termos de fluxo comercial, as exportações brasileiras para a China somaram USD 104 bilhões em 2023, mas nos últimos 50 anos as exportações brasileiras para a China pouco mudaram, continuando ainda muito focadas em produtos agrícolas de baixo valor acrescentado. Por lado, as importações brasileiras provenientes da China vêm todas da indústria transformadora.

“É notável que a China tem aumentado a sua pauta de exportações de maior valor acrescentado para o Brasil. Carros chineses tem entrado no País”, disse o presidente do CEBC.

Também participante do evento, o diretor de Gestão Corporativa da Apex Brasil, Floriano Pesaro, destacou que o grande desafio hoje na relação bilateral Brasil-China é ampliar o leque de setores e produtos comercializados entre os dois países.

Do lado das exportações, Pesaro citou que os embarques de soja, petróleo e minério de ferro representam cerca de 75% de tudo que é exportado para a China.

Já nas importações, o diretor citou que o Brasil atende por apenas 5% do mercado chinês, aquém do potencial da maior economia sul-americana.

 

 

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