Brasil Com Oportunidade na Exportação de Carne Bovina para China Após Suspensão de Fornecedores dos EUA

Os produtores brasileiros de carne bovina veem uma oportunidade de exportação para a China após mais de metade dos fornecedores norte-americanos terem sido suspensos por Pequim.

A Embaixada do Brasil em Pequim tem sublinhado que, embora as medidas de suspensão de fornecedores estejam ligadas a controlos sanitários e de segurança alimentar, não podem ser dissociadas do contexto da guerra tarifária entre os dois países e da crise nas relações comerciais sino-americanas, segundo o jornal Estado de S. Paulo.

Roberto Perosa, representante do agronegócio brasileiro, que foi secretário do Comércio do Ministério da Agricultura até dezembro, participou em reuniões com responsáveis ​​chineses na semana passada, enquanto eram anunciadas as novas tarifas dos EUA e as respostas de Pequim.

“As conversações foram muito positivas”, afirmou Perosa, destacando os encontros no Ministério do Comércio da China, na alfândega e com empresas do setor alimentar.

Salientou ainda: “Reiteiram que o Brasil é um parceiro estratégico, que as relações estão no melhor momento e que o Presidente Lula vai estar em Pequim”, afirmou.

Em maio, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará à China para um encontro com o Presidente Xi Jinping.

A China continua a ser o principal destino das exportações brasileiras de carne de bovino, que em 2024, atingiram mais de 1 milhão de toneladas, um aumento de 12,7% face ao período homólogo de 2023, gerando USD 6 mil milhões em negócios.

As exportações brasileiras para a China de carne de bovino só ficam atrás da soja, minério de ferro e petróleo.

De janeiro a março deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o Brasil vendeu USD 1,36 mil milhões em carne de bovino à China, um crescimento de 11,3% face ao primeiro trimestre de 2023.

Segundo a Folha de S. Paulo, atualmente, 654 empresas americanas estão registadas para vender carne de bovino para a China, mas 392 destas viram as suas transações suspensas pela Administração Geral das Alfândegas da China, o que representa 60% dos fornecedores do setor.

Nos últimos dias, o número de suspensões tem aumentado, com os fornecedores de carne de aves e de porco a serem também afetados.

Nas últimas duas semanas, nove empresas viram as suas habilitações não renovadas, entre as quais a American Proteins, a Mountaire Farms of Delaware e a Coastal Processing, ligadas à exportação de carne de aves e farinha de ossos.

Em comunicado, o Departamento de Segurança Alimentar de Importação e Exportação da Administração Geral das Alfândegas da China explicou que as suspensões são uma medida preventiva para evitar riscos para a segurança alimentar.

A China alegou que tais ações estão em conformidade com as leis e regulamentos locais, bem como com as normas internacionais, e visam garantir a segurança alimentar de forma científica e razoável.

 

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