Brasil e China vão reforçar a cooperação técnica na área de saúde relacionada com a produção de radiofármacos e a radiação de, nomeadamente, alimentos ou de material cirúrgico.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) brasileira e a China Isotope and Radiation Corporation (CIRC) assinaram um memorando de entendimento durante a Conferência Ministerial sobre Ciência, Tecnologia e Aplicações Nucleares e Programa de Cooperação Técnica da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena.
Pelo Brasil, Isolda Costa, diretora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade técnico-científica da CNEN, firmou o documento, explicando tratar-se de “um marco”: “a partir daqui, atinge um outro nível de conversas, de reuniões, no sentido de fazer acontecer.”
A China “está acostumada a produzir radiofármacos para uma população que é imensa e, hoje, tem uma tecnologia muito avançada nesta área”, adiantou. Em recente visita ao país, Isolda Costa conheceu instalações onde os processos estão se tornando completamente automatizados. Ela ressalta o efeito disso na saúde da população.
“Com segurança na produção de radiofármaco, o material que é introduzido no corpo humano, com boas práticas de fabricação e tecnologia avançada”, a população brasileira será beneficiada diretamente, uma vez que a ideia é levar os resultados da parceria para o Sistema Único de Saúde, segundo a diretora do IPEN/CNEN.
O presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Junior, salientou o potencial de crescimento da parceria do Brasil com a China. “Estamos a montar uma hierarquia de documentos que possibilitará explorar esta parceria. É muito bem-vinda e oportuna esta cooperação internacional, tendo em vista a projeção de crescimento de mais do triplo da nossa capacidade e pela demanda reprimida no país.”
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Wilson Calvo, destacou que a cooperação com transferência de tecnologia e de conhecimento beneficiará tanto a população brasileira quanto a chinesa.
O chefe de gabinete do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Rubens Diniz, relembrou os 50 anos do início das parcerias entre os dois países. “Neste período, a ciência e a tecnologia tornaram-se o grande elo entre o Brasil e a China. Estamos felizes por termos incluído a área nuclear nessa cooperação e acreditamos que a parceria ganhará novo status a partir disso”, ressaltou.