Brasil e China preparam-se para elevar a relação bilateral a um novo patamar, mas sem adesão brasileira à Iniciativa Faixa e Rota.
Antes do encontro entre os presidentes brasileiro, Lula da Silva, e chinês, Xi Jinping, na cimeira de líderes do G20 (18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro), Brasília indicou que não pretende assinar um tratado de adesão à Iniciativa Faixa e Rota da China, que contempla investimentos em infraestruturas e logística.
Fonte citada pelo jornal brasileiro O Globo indicou que o diálogo bilateral tem como base a troca de sinergias, em uma relação “de igual para igual”.
O Brasil tem interesse em receber investimentos chineses não apenas em infraestruturas físicas, mas também em inteligência artificial e outras parcerias tecnológicas.
Além disso, é intenção do Brasil vender produtos industrializados para o mercado chinês. A China é o maior comprador de bens brasileiros, grande parte commodities agrícolas e minerais.
No ano passado, o fluxo de comércio (soma de exportações com importações) entre Brasil e China foi de USD 157,5 mil milhões.
Foram vendidos ao país, principalmente, soja, petróleo e minério de ferro e trazidos ao mercado brasileiro equipamentos de telecomunicações, componentes eletrónicos e manufaturados em geral.
Em entrevista ao GLOBO, publicada na semana passada, o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que o governo brasileiro quer elevar a relação com a China a um novo patamar, sem que para isso precise assinar um “contrato de adesão”.
Atualmente, cerca de 150 países em desenvolvimento tiveram de assinar memorando de entendimento para se juntar à Rota da Seda.
A vinda de Xi Jinping ao Brasil foi confirmada por Pequim. Antes do encontro com Lula, Xi participará da cúpula de líderes do G20, no Rio. Antes disso, ele vai ao Peru, para o fórum Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).