A colheita de tabaco 2023/24 do Brasil cumpriu as exigências de qualidade para exportação para a China, mercado essencial para os produtores do país sul-americano, segundo diversos responsáveis.
O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) realizou na semana passada uma reunião para formalizar o encerramento da pré-inspeção do tabaco, colheita 2023/24, uma das exigências do protocolo bilateral de comércio entre Brasil-China, com técnicos da Administração Geral das Alfândegas da República da China (GACC) e do representante do Ministério da Agricultura (Mapa) e da Organização Nacional de Proteção Fitossanitária Brasileira (ONPF), Pedro Carneiro Abreu.
Também participaram do evento o superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, José Cleber de Souza; o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke; o presidente da China Tabaco Internacional do Brasil (CTIB), Zhou Xinghua; a responsável técnica do Laboratório da Central Analítica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Adriana Dupont Schneider; Zhang Nan Zhengrong, Lìder da Delegação de Leaf Company da China; bem como representantes das empresas fornecedoras de tabaco para a China.
Pedro Carneiro Abreu, do Ministério da Agricultura em Brasília, afirmou que não foram encontradas pragas nas amostras coletadas, comprovando “a qualidade do tabaco brasileiro”.
“A China é um dos nossos maiores importadores de tabaco e essa parceria é fundamental para a manutenção dos negócios entre nossos países. Temos certeza que vamos continuar evoluindo essa relação”, comentou Carneiro Abreu.
Como tem ocorrido nos últimos anos, em acordo com o GACC, o Ministério da Agricultura ficou encarregado da coleta das amostras de tabaco processado e envio à Central Analítica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) para testes laboratoriais que comprovem a fitossanidade do produto antes do embarque.
Roque Danieli, auditor fiscal e chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura no RS, afirmou que durante os 23 dias de trabalho conjunto com os representantes da GACC, em formato virtual, foi possível atestar a qualidade da colheita 2023/2024, e demonstrar que no campo, a deste ano já está a ser cultivada “com os cuidados necessários de modo a atender todos os requisitos presentes no protocolo”.
“Esperamos que a apresentação dos trabalhos esteja a contento e devemos remeter já na próxima semana o relatório final à Brasília para que possa ser encaminhado à GACC”, comentou Danieli ao grupo.
Zhang Nan Zhengrong, Líder da Delegação de Leaf Company da China, apresentou o relatório da pré-inspeção aos presentes. A responsável técnica do Laboratório da Central Analítica da Unisc, professora Adriana Dupont Schneider, detalhou as análises realizadas, que “certificaram a segurança fitossanitária para as nove pragas quarentenárias previstas no acordo”.
A representante da GACC demonstrou a sua satisfação com o resultado final da pré-inspeção e agradeceu aos envolvidos, sinalizando que os embarques devem ser feitos assim que possível. Já o presidente da CTIB, Zhou Xinghua, enfatizou os bons resultados apresentados.
O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, reforçou a importância da China para o setor de tabaco brasileiro. “O tabaco é uma cultura muito criticada, mas tem sido defendida com muito vigor pelo Ministério da Agricultura. E isso tem muito a ver com a importância económica e social do tabaco para o País, em especial à Região Sul”.
“A China é nosso segundo maior importador, atrás somente da Bélgica, levando anualmente volumes expressivos do nosso produto. (…) Os produtores de tabaco que têm, junto com as equipes de campo, feito o trabalho necessário na base para atender aos requisitos necessários que mantém o Brasil como o maior exportador de tabaco há mais de 30 anos”, ressaltou Schünke.