Brasil Prevê Aumento de Exportação de Soja para a China em 2025

O Brasil vai exportar mais soja para a China em 2025 no contexto da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Daniel Furlan Amaral, diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove, adiantou num evento online com jornalistas que para o aumento dos embarques contribui também uma colheita recorde de quase 170 milhões de toneladas, já praticamente concluída.

“No que diz respeito à guerra comercial, a esperança é que o Brasil consiga, com base no bom relacionamento que tem com os parceiros comerciais… e como grande fornecedor de alimentos, que consigamos fazer crescer ainda mais o nosso agronegócio”, disse Amaral.

Segundo o próprio, os resultados da guerra comercial são difíceis de medir agora, uma vez que a “questão das tarifas está a oscilar muito”, e o cenário é imprevisível, numa altura em que a China, o maior importador de soja, anunciou elevadas tarifas de retaliação à política do presidente dos EUA, Donald Trump.

“Mas tudo está a mostrar que o Brasil passa a ser objeto de atenção neste momento de crise, ninguém pode brincar com os alimentos, é a base da sociedade… e tenho a certeza que os parceiros comerciais veem da mesma forma”, disse.

“O Brasil, com esta colheita que tem e produções crescentes, aparece como um fornecedor fiável. Possivelmente o Brasil vai exportar mais soja, um pouco mais de soja para a China, mas esperamos também que o Brasil exporte mais bagaço de soja para os nossos principais mercados, principalmente Europa, Médio Oriente e Sudeste Asiático, que hoje já ocupa a principal posição nos destinos”, disse Amaral.

Disse ainda que o Brasil deverá aumentar também a exportação de óleo de soja, depois de o Governo brasileiro ter suspendido um aumento previsto na adição da mistura de biodiesel ao gasóleo, de 14% para 15%.

“Uma parte vai ser direcionada para o mercado externo”, afirmou, acrescentando que o restante que não for utilizado para o biodiesel deverá ser destinado a stocks.

Disse ainda que menos biodiesel no gasóleo significa que o Brasil vai ter mais importação do combustível fóssil, uma vez que mais de 20% do total consumido em 2024 foi importado.

No que diz respeito ao PIB do setor, o diretor da Abiove afirmou que, com um processamento de soja e uma colheita recordes em 2025, deverá haver um crescimento este ano, depois de um recuo em 2024 devido à quebra de colheitas.

Em 2024, o PIB do setor, que inclui o biodiesel, recuou 5% face a 2023, mas foi ainda o segundo mais elevado da história.

 

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