Um acordo entre a Universidade de Agricultura da China (UAC), a Universidade de Brasília (UnB) e a Associação Internacional para a Cooperação Popular vai permitir a doação ao Brasil de 50 máquinas para agricultura familiar chinesas.
As máquinas serão testadas na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília e em assentamentos do MST sob o Acordo de Cooperação para Testagem e Gestão de Máquinas Agrícolas da Residência Brasil-China de Ciência e Tecnologia.
A cooperação atual envolve também a Residência Brasil-China de Ciência e Tecnologia, pela qual brasileiros estudarão na China e vice-versa.
O vice-presidente da Universidade Agrícola da China, Du Taisheng, afirma que essas parcerias têm a ver com o fato de Brasil e China terem questões em comum para responder em relação ao futuro.
“Sem modernização, a agricultura pode atrair cada vez menos pessoas ao longo do tempo”, afirma Du.
Recentemente, a Universidade de Agricultura da China realizou um evento como parte das celebrações dos 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e a República Popular da China, que contou com convidados de universidades, movimentos e funcionários do governo do Brasil.
O embaixador brasileiro na China, Marcos Galvão, esteve presente na atividade e afirmou que além da possibilidade de investimentos e cooperação com a reindustrialização brasileira, a cooperação na mecanização da agricultura familiar tem um importante aspecto social.
“Aumentaria não apenas a produtividade da agricultura familiar, que é uma base importante da alimentação de todos os brasileiros, mas também impactaria o bem-estar das famílias que se dedicam à agricultura familiar”, diz o embaixador.
A delegação brasileira também participou na China, da Exposição Internacional de Máquinas Agrícolas da China, de 26 a 28 de outubro em Changsha, a maior feira da Ásia.
Para Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST, a feira, onde participam mais de duas mil empresas chinesas do setor, é um exemplo de como a China prioriza as políticas para a população camponesa do país. “Estamos aqui para poder conhecer as experiências das políticas para a agricultura camponesa”, diz Nunes.
A leitura de ambos lados é de que parcerias deste tipo transformarão o caráter das relações Brasil-China no próximo meio século. “Para os próximos 50 anos, acredito que estamos entrando em uma outra era de ouro”, diz Du Taisheng, que também afirma estar muito otimista em relação às perspectivas de cooperação China-Brasil nessa área.
Ele diz que sua universidade está comprometida em fortalecer os laços e a cooperação com as universidades brasileiras, empresas e comunidades rurais.