A Câmara de Comércio da União Europeia na China espera que Pequim implemente “plenamente”, durante a sessão plenária do órgão máximo legislativo do país, medidas para otimizar o ambiente empresarial e atrair investimento estrangeiro.
“A Câmara espera que continue a ser dada ênfase à estabilização do investimento estrangeiro, em linha com os planos anunciados até à data”, afirmou a entidade a propósito da reunião anual da Assembleia Popular Nacional (APN), que tem início na quarta-feira.
A reunião política, adiantou, deverá constituir “uma oportunidade” para os dirigentes chineses comunicarem às autoridades locais “expectativas claras sob a forma de orientações e prazos de execução” das suas políticas mais recentes para atrair investimento e capital estrangeiro.
Esta quarta-feira, o primeiro-ministro, Li Qiang, vai anunciar os objetivos económicos do Governo para este ano, a meta de crescimento económico, do défice ou a eventual aprovação de uma lei específica de apoio ao setor privado, que visa aumentar a confiança das empresas e incentivar o investimento, com medidas como a proibição de multas excessivas ou a promessa de igualdade de condições face às empresas estatais.
No final de fevereiro, o Governo oficializou um plano para “estabilizar” o investimento estrangeiro em setores como as telecomunicações, cuidados de saúde e educação, após ter atualizado a sua lista de áreas onde o investimento estrangeiro não é permitido, reduzindo o número de 31 para 29, e eliminando todas as restrições na indústria transformadora.
A China prometeu igualmente autorizar a criação de hospitais de propriedade inteiramente estrangeira em certas cidades e regiões do país.
A associação empresarial europeia considerou que a “plena implementação” das medidas destinadas a otimizar o ambiente empresarial continua a ser “a melhor forma de restaurar a confiança no mercado chinês”.
O organismo disse esperar que a reunião se concentre em medidas que possam “estimular o consumo interno” e que, à semelhança de 2024, seja fixado um objetivo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 5% para este ano.
A APN ocorre num período de incerteza e de baixa confiança no setor privado e entre os consumidores, em resultado de uma recuperação económica mais fraca do que o esperado, após os anos da pandemia da covid-19, riscos deflacionários, crise imobiliária e intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos.