A China foi o principal destino das exportações brasileiras em 2024 e voltou a bater o recorde de investimentos no país sul-americano, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
O Perfil de Comércio e Investimentos China 2025, estudo da ApexBrasil lançado esta semana e que detalha a relação económica e as oportunidades de negócios entre os dois países, a China manteve sua posição como principal investidor asiático no Brasil, com um acumulado de Investimento Estrangeiro Direto (IED) de USD 45,3 mil milhões em 2023, um crescimento de 22,1% em relação a 2022.
Segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), esse número pode ser ainda maior, na ordem estimada de USD 73 mil milhões, o que tornaria a China o quinto maior investidor no Brasil em termos de stock total, atrás apenas de Estados Unidos, Países Baixos, França e Espanha, respectivamente.
Desde 2021, o volume de investimentos chineses no país vem registrando recordes anuais. Entre 2014 e 2024, foram anunciados 137 projetos de investimento greenfield com capital chinês no Brasil, totalizando USD 10,6 mil milhões. Os investimentos concentram-se nos setores de energia, infraestrutura e indústria automotiva.
A China foi o principal destino das exportações brasileiras em 2024, respondendo por 28% do valor total exportado e por 41,4% do superávit comercial do Brasil.
O Brasil consolidou-se como o maior fornecedor de soja, carne bovina, celulose, açúcar e carnes de aves para o mercado chinês. No entanto, as exportações continuam concentradas em commodities, com soja (33,4%), petróleo bruto (21,2%) e minério de ferro (21,1%) representando 75,6% do total exportado. O estudo sublinha a necessidade de diversificação e aumento do valor agregado das exportações para a China.
A ApexBrasil identificou 400 oportunidades para ampliar as exportações brasileiras no país asiático, incluindo produtos como aço, cobre, trigo, café, máquinas, equipamentos e medicamentos. Outro estudo da Agência também aponta potencial em cidades chinesas de nível 2, menos exploradas por exportadores brasileiros.
Em 2024, a China foi a maior fornecedora do Brasil, representando 24,2% das importações totais de bens, quatro vezes a participação registrada em 2004. Entre os produtos mais importados estão veículos elétricos e híbridos, equipamentos de telecomunicações e máquinas industriais.
As tensões comerciais nos mercados da Europa e dos EUA têm suscitado a busca por diversificação na estratégia de expansão global das fabricantes automóveis chinesas, que têm procurado internacionalizar a sua produção. A partir de 2025, BYD e GWM iniciarão o fabrico de veículos elétricos e híbridos no Brasil, em Camaçari (BA) e Iracemápolis (SP), respectivamente, com incentivo do Programa Mover, o que tende a reduzir as importações brasileiras desses produtos.