A China Communications Construction Company (CCCC) prepara-se para disputar a construção do túnel Santos-Guarujá, no Estado brasileiro de São Paulo, avaliado em 5.000 milhões de reais (USD 1.000 milhões).
Financiada pelo governo federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, o túnel tem um papel estratégico fundamental, pois promete melhorar o fluxo de veículos, sobretudo o transporte de camiões para o Porto de Santos, o maior da América Latina.
Atualmente, o acesso ao porto depende de ferries e de um percurso rodoviário mais longo, o que provoca estrangulamentos logísticos.
A CCCC, que já detém no Estado da Bahia um terço do consórcio responsável pela ponte Salvador-Itaparica, hoje liderado pela portuguesa Mota Engil, procura agora assumir o protagonismo no contrato do túnel.
A construção do túnel Santos-Guarujá deverá arrancar ainda este ano e, caso seja bem-sucedida, a CCCC consolidará ainda mais a sua atividade no Brasil.
As regras do projeto do túnel prevêem que a empresa vencedora só comece a receber as contrapartidas pós a conclusão da obra.
De acordo com informações divulgadas pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo, fontes ligadas às negociações garantem que a CCCC está determinada a liderar este empreendimento.
De acordo com a imprensa brasileira, para além do túnel Santos-Guarujá e da ponte Salvador-Itaparica, a CCCC aposta também fortemente noutras infraestruturas do país.
A empresa está envolvida na construção do Porto São Luís, no Maranhão, que promete impulsionar a logística portuária e facilitar o escoamento de cargas na região.
Outro movimento estratégico da CCCC foi a aquisição da Concremat, uma das principais empresas de engenharia do Brasil.
Com esta compra, a construtora chinesa aumentou a sua presença no mercado nacional e expandiu as suas operações em diversos setores.
Além disso, a CCCC está presente no projeto de uma fábrica de laminagem de aço em Marabá (PA), em parceria com a Vale, reforçando a sua atuação na indústria siderúrgica brasileira.
A empresa tem participações em grandes projetos em diversos continentes, especialmente em África, América Latina e Ásia, dentro da iniciativa global chinesa conhecida como Nova Rota da Seda.
