A China Merchants Heavy Industry iniciou os trabalhos de conversão de um petroleiro na futura unidade flutuante de produção de petróleo bruto (FPSO) Kaminho, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).
De acordo com a ANPG, a concessionária e a TotalEnergies Angola testemunharam em Nantong, China, o arranque desta empreitada que visa a conversão de um petroleiro da classe Very Large Crude Carrier (VLCC) em FPSO – unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, com capacidade para quase 1,6 milhão de barris.
O documento sublinha que a FPSO Kaminho será ligada a uma rede submarina vinculada às descobertas dos campos petrolífero Cameia e Golfinho, com uma produção prevista de cerca de 70 mil barris de petróleo por dia, confirmando o valor do investimento, de USD 6 mil milhões, anunciado a 20 de Maio de 2024, com início de produção previsto para 2028.
As primeiras etapas dos trabalhos incluem desmantelamentos de partes da estrutura, que serão realizados pelo estaleiro da empresa China Merchants Heavy Industry, sob a supervisão do principal empreiteiro, a Saipem.
O presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Gaspar Martins, declarou que o projecto representa a colaboração entre as entidades do Estado e os parceiros do Bloco 20/11, assegurando que “este empreendimento abra caminho para novas geografias e traga mais investimentos nesta nova bacia.”
Já o director-geral da TotalEnergies Angola, Martin Deffontaines, realçou que “o FPSO Kaminho é a 7.ª unidade da companhia francesa no país, e que este projecto recorre à mais recente tecnologia de ponta “para se adequar ao portefólio de produção com baixas emissões da petrolífera.”
A FPSO Kaminho será “totalmente eléctrica, equipada com a tecnologia mais avançada para optimizar as operações, o consumo de energia e a redução de emissões”, possuindo um sistema avançado de geração de energia centralizada, compressores de velocidade variável e um sistema sem queima de gás, que contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, sendo que, neste sistema, o gás gerado pela produção será reinjectado nos reservatórios, segundo a nota da ANPG.
O Bloco 20/11 está localizado na Bacia do Kwanza, cerca de 150 quilómetros a sudoeste de Luanda com profundidades de água que variam entre os 300 e os dois mil metros, sendo operado pela TotalEnergies Angola, com 40% de participação, em parceria com a Petronas Angola E&P LTD (40%) e a Sonangol Pesquisa e Produção (20%).