China Reforça Compra de Soja ao Brasil, Alternativa aos EUA

A China comprou na última semana uma quantidade invulgarmente alta de soja ao Brasil, 2,4 milhões de toneladas, aproveitando um alívio de preços e enquanto prossegue a guerra comercial com um grande fornecedor alternativo do produto, os Estados Unidos.

Os importadores chineses receberam pelo menos 40 cargas do Brasil, de acordo com fontes anónimas citadas pela agência Bloomberg, e reservaram os fornecimentos para aproveitar a recente queda dos preços brasileiros, que foram subindo nos meses anteriores face às consequências do agravamento das tensões sino-americanas.

Os envios são, na sua maioria, para entrega em maio, junho e julho, e equivalem a pelo menos 2,4 milhões de toneladas, quase um terço do volume médio que a China normalmente processa num mês, disseram as fontes.

Embora Pequim se tenha empenhado em diversificar as suas compras agrícolas nos últimos anos — incluindo a compra de mais soja ao Brasil, que é agora o seu principal fornecedor — o grão é ainda a principal exportação agrícola dos EUA para a China.

A disputa comercial entre Pequim e Washington intensificou-se esta semana, com o presidente norte-americano, Donald Trump, a elevar as tarifas sobre o país o asiático para 125%, depois de a China ter anunciado planos de retaliação com uma tarifa de 84%.

O maior importador mundial de soja depende geralmente do abastecimento brasileiro a partir de fevereiro, quando as exportações sul-americanas dominam o mercado. No entanto, a onda de compras esta semana foi significativa e rápida, afirmando as fontes.

Os compradores chineses também foram atraídos pelas margens mais elevadas no processamento interno do grão, após a subida dos preços do bagaço de soja face às preocupações com a guerra comercial.

Os compradores comerciais chineses evitaram muitos cereais dos EUA nos últimos meses devido aos riscos da guerra comercial, mas a empresa estatal da China responsável pelos stocks estratégicos ainda realizou compras dos EUA para reportar as reservas e apressou os envios antes da tomada de posse de Trump em Janeiro.

Ainda assim, a soja brasileira poderá ficar mais cara, se as tensões entre os EUA e a China se mantiverem elevadas, e poderá surgir uma escassez de oferta no quarto trimestre, quando a China costuma recorrer à oferta da nova colheita norte-americana, o que provavelmente manterá os vigilantes chineses para as compras quando os preços caírem.

 

 

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