China Reforça Importações de Gás Natural Liquefeito de Moçambique

A China está a reforçar as importações de Gás Natural Liquefeito (GNL) proveniente de Moçambique, num esforço para diversificar as suas fontes de abastecimento energético.

Segundo o South China Morning Post (SCMP), o aumento reflecte uma mudança na política energética da China, que tem na Austrália o principal fornecedor de GNL, mas está a recorrer mais ao mercado africano, sobretudo Moçambique, Argélia, Gana e Egipto.

A China National Petroleum Corporation (CNPC) detém uma participação de 20% no projecto moçambicano Rovuma LNG, avaliado em USD 30 mil milhões, que tem capacidade para produzir 18 milhões de toneladas de GNL por ano.

Além disso, a CNPC é um dos principais investidores no projecto Coral Sul FLNG, que realizou o seu primeiro carregamento de GNL em 2022.

O advogado empresarial Kai Xue, afirmou ao SCMP que o crescente interesse da China no GNL moçambicano reflecte um realinhamento estratégico no seu sector energético.

“Com as tensões comerciais em curso com a Austrália, a China está a diversificar os seus fornecedores de gás, o que se insere num movimento mais amplo, semelhante ao que ocorre com a indústria do minério de ferro na Guiné e os projectos ferroviários de carvão coque na Mongólia”, explicou.

Para além de Moçambique, a China tem expandido os seus investimentos em GNL noutros países africanos. No Congo-Brazzaville, a empresa chinesa Wing Wah está a desenvolver o bloco Banga Kayo, um projecto de USD 2 mil milhões.

Na Argélia, a Sinopec e a China National Nuclear Corporation concluíram um tanque de armazenamento de GNL de 150 mil metros cúbicos em parceria com a estatal Sonatrach.

O especialista em relações China-África David Shinn, da Elliott School of International Affairs, da Universidade George Washington, destacou a importância crescente do GNL africano na estratégia energética de Pequim.

“Embora as importações chinesas de petróleo bruto de África tenham diminuído, as compras de GNL estão a aumentar, fortalecendo a relação comercial entre o continente e a China”, afirmou Shinn.

 

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