A China suspendeu a recepção nos seus portos de carregamentos de soja de unidades de cinco empresas brasileiras, após os navios não atenderem a requisitos fitossanitários, segundo nota do Ministério da Agricultura brasileiro.
Foi detectada a presença de soja com revestimento de pesticidas e de pragas quarentenárias nos carregamentos avaliados pelas autoridades chinesas, adiantou a mesma fonte.
O Brasil é o maior exportador global de soja e o país asiático o maior comprador do mundo, com 60% dos negócios globais. No ano passado, a China importou mais de 74 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil.
De acordo com o Ministério da Agricultura, outras unidades das cinco empresas notificadas continuam a exportar normalmente para a China e o volume negociado pelo Brasil não será afetado pela suspensão temporária das cinco unidades notificadas.
O governo brasileiro acrescenta que intensificará ações de fiscalização nos embarques de soja do Brasil para a China.
Num relatório, citado pelo jornal Globo, a XP afirmou que até dois navios que continham a soja de “gigantes do agro” tiveram problemas de qualidade, mas que também a Terra Roxa, uma empresa do Paraná, teria sido afetada.
“A suspensão é real mas não impacta os embarques de soja do Brasil, que seguem normalmente via outras entidades”, disseram em relatório os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
Em nota, o Ministério da Agricultura informou que espera receber os planos de ação das empresas envolvidas para demonstrar os procedimentos adotados para evitar novas ocorrências de não conformidades detectadas pelos chineses.
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) se limitou a dizer que os órgãos profissionais estão a analisar a situação e irão realizar reuniões para debaterem sobre o assunto.