Uma delegação de Macau e Hengqin deslocou-se, pela primeira vez, aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, para captação conjunta de investimentos
Co-organizada pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), pela Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico (DSDE) da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e pela Agência para a Promoção de Investimento e Exportações de Moçambique (APIEX), a Conferência de Promoção de Investimento de Macau-Hengqin 2024 (Moçambique) realizou-se em 29 de Julho.
Tratou-se “do primeiro evento de captação conjunta de investimentos organizado por Macau e Hengqin nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa”, refere nota do IPIM. “Estiveram presentes mais de 120 empresários, bem como elites dos sectores industrial e comercial provenientes do Interior da China, de Macau, a fim de discutir, em conjunto, os recursos de todas as partes, a cooperação económica e comercial, bem como a sinergia industrial, e de explorar novas oportunidades de desenvolvimento económico”, adiantou. Na ocasião, foram promovidas mais de 50 sessões de bolsas de contactos, abrangendo áreas como finanças, big health, logística, agricultura, comércio a retalho e infra-estruturas.
Na conferência de promoção, a Conselheira da Sessão Económica e Comercial da Embaixada da China em Moçambique, Xu Weili, mencionou que Macau e Hengqin estão a aproveitar activamente as grandes oportunidades trazidas pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e pela construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
O Director-Geral da APIEX, Gil da Conceição Bires, apresentou in loco o ambiente de negócios do seu país e apontou que Macau e Hengqin dispõem de sistemas económicos completos e avançados, sobretudo nos domínios de finanças e logística, o que pode servir de boa referência para Moçambique. E o seu país, por sua vez, conta com ricos recursos agrícolas e tem uma localização marítima estratégica.
O Vogal do IPIM da RAEM, Sam Lei, encorajou as empresas moçambicanas a aproveitarem mais as vantagens de Macau enquanto Plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa, bem como os serviços de apoio da Conduta do Comércio China–PLP do IPIM, que se dedica à promoção do intercâmbio e da cooperação económicos e comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa, abrindo um enorme mercado e expandindo as oportunidades de negócios da China através de Macau e Hengqin.
O Director da DSDE da Zona de Cooperação Aprofundada, Lei Chi Wai António, destacou o ambiente de negócios de Macau e Hengqin, as oportunidades e as políticas preferenciais trazidas pela implementação da gestão separada de Hengqin, bem como o suporte dado pelos parques industriais. As quatro novas indústrias que Hengqin se dedica a desenvolver estão em consonância com o desenvolvimento das indústrias prioritárias de Moçambique, constituindo um espaço de cooperação e potencial. Convidou as empresas a visitar a Zona de Cooperação Aprofundada, de modo a explorar o ambiente de investimento e a encontrar potenciais parceiros.
“As empresas moçambicanas participantes na conferência de promoção manifestaram que o desenvolvimento integrado de Macau e Hengqin oferece aos investidores internacionais um ambiente de negócios conveniente e eficiente. Como resultado, conseguiram criar contactos com os empresários de Macau e Hengqin. No futuro, combinar-se-ão as vantagens e os recursos das duas partes, no sentido de explorar oportunidades de cooperação”, refere o IPIM.
A delegação realizou visitas de estudo a fábricas de plástico e cerâmica locais e à Zona Industrial de Beluluane, com vista a conhecer o planeamento, as políticas de atracção de investimentos e de negócios, bem como o rumo do desenvolvimento industrial local.
“No futuro, poder-se-á não só aproveitar bem os recursos ricos dos Países de Língua Portuguesa, mas também combinar as vantagens das empresas chinesas em termos de capital, tecnologia e gestão, a fim de promover o desenvolvimento conjunto e de impulsionar as trocas económicas e comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, refere o IPIM.
“No futuro, Macau e Hengqin irão potenciar plenamente as suas vantagens únicas de internacionalização, através d o papel importante de Macau enquanto plataforma sino-lusófona, no sentido de ajudar as empresas de Macau e Hengqin a explorar, em conjunto, o mercado estrangeiro, bem como a aumentar a sua competitividade internacional. Além disso, um outro trabalho de destaque passa por atrair activamente a instalação de empresas ultramarinas de alta qualidade em Macau e Hengqin, a fim de criar, em conjunto, um ambiente de negócios dinâmico, aberto e inovador que esteja em alinhamento com os critérios internacionais”, adianta.