Equipas técnicas chinesas já se encontras em Bissau para apoiar inciativas agrícolas e iniciar a avaliação do projeto de construção de 300 quilómetros de estradas, de acordo com o Governo guineense.
Numa conferência de imprensa de balanço das recentes deslocações do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, à China, para a nona conferência China – África, ao Vietname e aos Emirados Árabes Unidos, o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense afirmou que uma outra deverá deslocar-se ao país, em breve, para analisar os mecanismos para construção de um campus universitário para 12 mil alunos.
Segundo Carlos Pinto Pereira, citado pela imprensa local, técnicos chineses também já se encontram na Guiné-Bissau para trabalhar com homólogos guineenses na produção do arroz, bem como na transformação da batata-doce, inhame e amendoim produzidos no país.
Sobre a deslocação ao Vietname, o chefe da diplomacia guineense afirmou que Umaro Sissoco Embaló solicitou ao Governo daquele país que avalie a possibilidade de transferir para a Guiné-Bissau parte dos navios que vão para abate, no quadro da redução do esforço de pesca.
“O Vietname está a reduzir a sua produção de pesca. Eles estão a ganhar dinheiro com piscicultura ou aquacultura, por isso estão a retirar alguns navios do circuito”, afirmou Carlos Pinto Pereira.
O Governo guineense instou o Vietname a enviar alguns desses navios para a Guiné-Bissau, para que sejam constituídas empresas mistas ou empresas inteiramente vietnamitas que passem a pescar no país africano lusófono.
O objetivo, adiantou o chefe da diplomacia guineense, é, por um lado, criar a frota nacional de pesca, e por outro lado, transformar o pescado capturado e vender para o estrangeiro.
“A resposta política do Vietname foi positiva. Agora vão falar com os empresários deles para que venham trabalhar na Guiné-Bissau”, afirmou Pinto Pereira, salientando que o país também tem condições para desenvolver a piscicultura.
O Vietname mostrou igualmente abertura em atribuir à Guiné-Bissau uma quota anual de cerca de 150 mil toneladas de arroz, base da dieta alimentar dos guineenses, e que deverão ser adquiridos em condições vantajosas pelos empresários guineenses, indicou.
Aquele país asiático também está disponível para ajudar a Guiné-Bissau a transformar localmente a sua castanha do caju, tendo indicado ao Presidente guineense que é o principal comprador daquele produto.
“Ficámos a saber que, afinal, o Vietname é o principal comprador da castanha do caju da Guiné-Bissau, não a Índia, como se diz, porque a referência bancária é a Índia, mas quem, de facto, compra o nosso caju é o Vietname, que só no ano passado comprou cerca de 150 mil toneladas”, referiu o chefe da diplomacia guineense.
A Guiné-Bissau tem o caju como seu principal produto agrícola e de exportação. O país exporta anualmente cerca de 200 mil toneladas da castanha do caju, em estado natural, e, com o apoio do Vietname, o produto poderá ser transformado localmente.
“Empresários vietnamitas devem chegar ao país brevemente para instalação de fábrica de transformação”, disse Carlos Pinto Pereira, adiantando que o Vietname também se mostrou aberto a formar quadros guineenses no domínio da agricultura.
Nos Emirados Árabes Unidos, Umaro Sissoco Embaló recebeu “garantias firmes” das autoridades em como “vão avançar” os projetos de construção de um hospital de referência na Guiné-Bissau e ainda a estância turística na ilha de Caravela, frisou o chefe da diplomacia guineense.