Moçambique ainda apresenta “riscos substanciais” devido à sua elevada dívida pública, segundo a agência de notação de risco Fitch, que reviu em baixa as previsões de crescimento do país para 2024 e 2025.
Na sua nova avaliação da situação económica e financeira de Moçambique, a agência decidiu manter a notação de Moçambique em CCC+, três níveis acima do “default”.
“Isto reflete níveis elevados de dívida pública, gestão fraca das finanças públicas, baixo PIB per capita, finanças externas fracas, indicadores de governação fracos e uma situação de segurança desafiadora”, justifica a Fitch Ratings.
A Fitch reviu em baixo o crescimento económico do país para 2024, de 4,5 por cento para 4 por cento. A taxa de crescimento prevista para 2025 foi revista de 4,5% para 4,2%.
A desaceleração do crescimento em relação a 2023 reflete, sobretudo, uma contribuição menor do Projeto de gás natural liquefeito (GNL) flutuante Coral Sul, operado pela petrolífera ENI. A plataforma, na Área 4 da Bacia de Rovuma, na costa da província de Cabo Delgado, iniciou a produção em novembro de 2022.
O estudo da Fitch reconhece que o país mostrou perspectivas de crescimento de médio prazo robustas, apoiadas pelo desenvolvimento do setor de GNL e pelo financiamento de 456 milhões de dólares em três anos assinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2022 e actualmente em vigor.