O grupo chinês Haishan inaugurou uma base em Macau para planear a expansão das suas operações de Angola para outros países de língua portuguesa.
Macau tem vantagens, no que toca à existência de pessoal qualificado bilingue e à implementação de políticas, para servir de plataforma entre a China e os mercados lusófonos, disse o presidente do grupo, Zheng Gang, à margem de um fórum de promoção do investimento e cooperação económica e comercial entre a China e Angola.
Zheng Gang sublinhou que o conglomerado já opera em Angola desde 2005 e referiu que o grupo já investiu cerca de USD 500 milhões em mais de 125 projetos no país, em áreas como a mineração e a construção de infraestruturas.
Em março, o Haishan anunciou, em Luanda, um investimento de USD 1.000 milhões para criar, no espaço de cinco anos, um projeto de aquacultura com uma área de 300 hectares, uma “cidade tecnológica” e um projeto imobiliário.
O fórum China-Angola foi o primeiro do género realizado no âmbito da Feira Internacional de Macau, cuja 29.ª edição está a decorrer até sábado, sublinhou durante o evento o presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento da região chinesa.
Vincent U U Sang acrescentou que o fórum resulta do Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, realizado em julho em Luanda.
À margem do evento, o presidente da Câmara de Comércio Angola-China disse que o objetivo do fórum é “mobilizar empresários [chineses] que queriam fazer investimentos” no país africano.
“A expetativa que nós temos é bastante forte, porque também trouxemos empresas fortes que vão colocar aqui as grandes potencialidades que o país tem”, disse aos jornalistas Luís Cupenala.
Cupenala sublinhou a importância de apostar na agricultura, pescas e pecuária, para “garantir a segurança alimentar” da população de Angola e para “criar as condições para a exportação”.
As trocas comerciais entre China e Angola atingiram USD 10,6 mil milhões no primeiro semestre, um crescimento homólogo superior a 4%, disse Chen Feng, ministra conselheira da embaixada da China em Angola.