A região chinesa de Macau vai criar um centro para promover a transferência de tecnologia da China para os países de língua portuguesa, e pretende reforçar a cooperação com “entidades de inovação científica e tecnológica”, como universidades e incubadoras.
O novo líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai. prometeu criar o Centro de Cooperação e Intercâmbio de Ciência e Tecnologia entre a China e os Países de Língua Portuguesa e estabelecer uma plataforma para a transferência de tecnologia e inovação com os países lusófonos.
A garantia faz parte das primeiras Linhas de Ação Governativa (LAG) do novo chefe do Executivo, que tomou posse em 20 de dezembro, e foram apresentadas na Assembleia Legislativa.
Perante o parlamento local, Sam Hou Fai prometeu ainda reforçar a cooperação com “entidades de inovação científica e tecnológica” dos países lusófonos, incluindo universidades, empresas, incubadoras e fundos de capital de risco.
“Captaremos com precisão empresas dos países de língua portuguesa e expandiremos negócios para o exterior em colaboração com o sector empresarial”, acrescentou também o líder do Governo de Macau.
Sam Hou Fai, o primeiro líder da região chinesa que domina a língua portuguesa, defendeu ainda incentivos para jovens lusófonos que queiram prosseguir os estudos em universidades de Macau.
Na direção oposta, as autoridades vão expandir um programa de aprendizagem da língua portuguesa que tem como objetivo preparar os alunos para estudarem ou realizarem investigação científica em universidades de Portugal.
Numa conferência de imprensa após a apresentação das LAG, Sam Hou Fai elogiou a “muita boa relação” de Macau com Angola e destacou ainda Moçambique. “São países enormes”, sublinhou.
O chefe do Executivo mencionou a possibilidade de abrir representações económicas, comerciais, turísticas e culturais nos países lusófonos, semelhantes à atual delegação de Macau em Lisboa.
Mas Sam Hou Fai olhou também para além da lusofonia e defendeu a importância de reforçar “a cooperação económica e financeira e o intercâmbio humanístico e cultural” com os países de língua espanhola.
O líder do Governo disse que poderá aproveitar uma visita a Portugal, prevista para depois das eleições legislativas de 18 de maio, para se deslocar a Espanha e “iniciar contactos”.