Moçambique está, através do Presidente Filipe Nyusi, entre os países representados a mais alto nível no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), a decorrer a partir de quarta-feira em Pequim.
Pelo menos 50 chefes de Estado e de governo são esperados em Pequim até ao final da semana, incluindo os líderes da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, da Nigéria, Bola Tinubu, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, além de Nyusi, que na segunda-feira esteve em Shandong no âmbito do fórum económico China-Moçambique.
Na abertura do Fórum Económico Moçambique-China, Nyusi destacou “o potencial económico da posição geoestratégica” do país, “um motivo bastante atrativo para o setor empresarial”. A localização na costa oriental de África coloca Moçambique numa plataforma “incontornável para o comércio regional e internacional”, sublinhou.
Filipe Nyusi apontou os portos e caminhos-de-ferro que permitem aos países vizinhos de Moçambique o acesso ao Oceano Índico como um potencial que pode ser explorado pelos homens de negócios da China.
Moçambique, prosseguiu, tem necessidade de desenvolvimento de infraestruturas ferroportuárias, construção de novos portos, como os projetos de Techobanine, na região sul, e Macuze, no centro, e a reconstrução da Estrada Nacional Número 1, que liga as três regiões do país, como janelas de oportunidades para o investimento.
As extensas terras aráveis para a agricultura, o turismo, energias, incluindo o potencial emergente nas renováveis, bem como minérios como grafite, rubis e areias pesadas também oferecem possibilidades de investimento, acrescentou.
O chefe de Estado apontou ainda a previsão de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,5% este ano, inflação abaixo de um dígito, descida das taxas de juro e controlo cambial, além da aprovação das novas leis do Investimento e do Trabalho, da desburocratização e as novas normas de repatriamento de capitais.
“O Fórum Económico Moçambique-China reveste-se de elevado significado no aprofundamento das relações económicas, através de um impulso no investimento”, declarou Filipe Nyusi.
O Presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com os homólogos da RDCongo, importante fornecedor de minério, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, com quem acordou elevar o nível de cooperação à categoria de “associação de cooperação estratégica integral para a nova era”.
O FOCAC deste ano terá também uma cimeira empresarial e terminará com dois documentos – uma declaração e um plano de ação para guiar a cooperação entre China e África nos próximos anos.
