Moçambique produziu neste período 34.899 toneladas de grafite, 11% da meta estipulada para este ano, que é de 329.040 toneladas, o que compara ainda com as 58.708 toneladas nos primeiros seis meses de 2023, segundo dados citados pela agência Lusa.
Este forte decréscimo, adianta a mesma fonte citando documentos oficiais, é “resultante da paralisação das atividades” da GK Ancuabe Graphite Mine, desde 2023, “bem como a interrupção das atividades” da Twigg Mining and Exploration – subsidiária em Moçambique da mineradora australiana Syrah -, devido à baixa procura por este mineral no mercado internacional, aliada à volatilidade de preços.
A mina de grafite de Balama, norte de Moçambique, estreou-se no primeiro semestre na exportação daquele minério para um fabricante de baterias indonésio, que comprou 10 mil toneladas, anunciou em abril a mineradora australiana Syrah.
De acordo com uma informação divulgada aos mercados pela Syrah, que detém aquela mina em Cabo Delgado, tratou-se da “primeira venda de grandes volumes” de grafite natural de Balama para a Indonésia, adquirido pela empresa BTR New Energy Materials.
Segundo a Syrah, trata-se do “primeiro grande volume de venda de grafite natural para um participante da cadeia de fornecimento de baterias fora da China”.
“Esta venda a granel segue-se a um envio experimental de contentores de finos de grafite natural de Balama para a Indonésia”, explicou a mineradora, acrescentando que esta exportação “é mais um desenvolvimento importante” na estratégia de diversificação de vendas.
A mineradora acrescentou que a empresa BTR New Materials Group está a construir na Indonésia uma fábrica de baterias de 478 milhões de dólares (429 milhões de euros), “que deverá iniciar a produção em 2024”, prevendo igualmente novas vendas daquela mina para a empresa.
A Syrah explicou ainda que as vendas de grafite natural da mina de Balama no primeiro trimestre “foram semelhantes” às do último trimestre de 2023.
As condições de procura de grafite natural na China “foram impactadas pela incerteza relacionada com a concessão de licenças de exportação de grafite à China”, admite a empresa a mineradora.
Moçambique espera este ano mais de 329.040 toneladas de grafite, matéria-prima necessária à produção de baterias para viaturas elétricas, o que seria um aumento superior a 180% face ao desempenho de 2023, segundo a previsão do Governo.
No documento de suporte à proposta do Plano Económico e Social do Orçamento do Estado (PESOE) para 2024, o Governo afirmava que a produção da grafite “vai aumentar significativamente”.