Novo Governo em Portugal Mantém Proibição de Uso de Equipamentos 5G Chineses

O novo governo em Portugal indicou que manterá a proibição da administração anterior sobre o uso de equipamentos chineses por empresas de telecomunicações nas suas redes 5G.

“Há certas políticas que devem ter continuidade e a segurança é uma delas,” disse o Ministro das Obras Públicas, Miguel Pinto Luz, à emissora NOW.

Em maio de 2023, na governação socialista anterior, o conselho de cibersegurança (CSSC) de Portugal proibiu equipamentos chineses das redes móveis 5G de alta velocidade, bem como das plataformas 4G utilizadas como base para a nova tecnologia.

O CSSC é um órgão consultivo do primeiro-ministro e sua decisão foi um golpe nos esforços da gigante tecnológica chinesa Huawei para entrar no mercado de 5G em Portugal e possivelmente ampliar contratos existentes. Em setembro, a Huawei entrou com um processo em um tribunal de Lisboa contra a medida da CSSC.

Pinto Luz disse que o grupo de trabalho que apoiou a posição da CSSC destacou a necessidade de tornar o sistema de telecomunicações “menos permeável” a potenciais ameaças.

Reconheceu ainda que Portugal estava a adotar uma postura mais rigorosa do que alguns países europeus e mais alinhada com os Estados Unidos, mas disse que o “mundo mudou… e há uma guerra económica e geopolítica em constante crescimento entre os dois polos”.

Os principais operadores de telecomunicações de Portugal, Altice, NOS e Vodafone, já afirmaram que não utilizariam a tecnologia da Huawei nas redes centrais de 5G, mas ainda teriam que descartar os equipamentos em toda a sua infraestrutura.

Um estudo realizado pela consultora EY para a Huawei, divulgado na segunda-feira, estimou que a exclusão da tecnologia chinesa poderia custar à economia mais de EUR 1.000 milhões, incluindo EUR 339 milhões em custos de substituição.

No entanto, o ministro minimizou a projeção, dizendo que os operadores teriam “uma ampla margem de tempo” para substituir o equipamento.

 

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