A China pretende aprofundar e reforçar a parceria estratégica com o Brasil em setores-chave como as infraestruturas, a inovação tecnológica, as finanças e a transição ecológica, segundo responsáveis diplomáticos e empresariais chineses.
Durante o “Fórum Económico e Comercial China–Brasil e Sessão de Divulgação da 3ª Exposição Internacional de Promoção da Cadeia de Abastecimento da China”, a 28 de março no escritório Pinheiro Neto Advogados (São Paulo), o cônsul-geral da China na capital paulista, Yu Peng, destacou os avanços dos últimos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
“A relação bilateral tem-se fortalecido com confiança política mútua, resultados expressivos na cooperação pragmática e intercâmbios cada vez mais próximos entre os nossos povos”, afirmou Yu Peng, citado pelo site Brasil 247.
O evento contou ainda com diversas autoridades chinesas e brasileiras, como o presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, Luiz Augusto de Castro Neves, e o presidente do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT), Ren Hongbin.
Em 2024, sublinhou Yu Peng, o comércio bilateral atingiu a marca dos USD 188 mil milhões, consolidando a China como o maior parceiro comercial do Brasil pelo 16º ano consecutivo.
O diplomata recordou ainda a visita de Estado do Presidente Xi Jinping ao Brasil, em novembro último, e o compromisso conjunto assumido com o Presidente Lula da Silva de criar uma “comunidade de futuro partilhado” entre os dois países, que prevê, entre outros pontos, o alinhamento da Iniciativa Faixa e Rota com as estratégias nacionais de desenvolvimento brasileiras.
Yu Peng criticou as crescentes tendências de unilateralismo e proteccionismo que ameaçam a estabilidade das cadeias de produção e de abastecimento globais e salientou que a China continuará comprometida com a abertura económica e com o princípio do ganho mútuo.
A Exposição Internacional de Promoção da Cadeia de Abastecimento, organizada pelo governo chinês em julho de 2025, foi destacada como uma iniciativa inovadora para estimular a integração industrial entre países. Segundo Yu Peng, o evento já se tornou “uma importante plataforma para a cooperação global em cadeias de abastecimento”.
O diplomata convidou expressamente o governo brasileiro e o setor privado a participarem ativamente na terceira edição da feira, como forma de ampliar as oportunidades de negócio e investimento com a China.
“Esperamos que mais empresas brasileiras aproveitem a plataforma oferecida pela cadeia de abastecimento e alarguem as suas cooperações comerciais e de investimento com a China”, concluiu.
O encontro, realizado na sede do escritório Pinheiro Neto Advogados, reuniu representantes do setor empresarial, autoridades diplomáticas e dirigentes institucionais dos dois países.
O presidente do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT), Ren Hongbin, destacou os avanços da parceria estratégica entre os dois países e propôs uma nova etapa de cooperação económica, com foco na inovação, sustentabilidade e reestruturação das cadeias produtivas.
Representando o governo chinês e acompanhado por uma delegação empresarial composta por mais de 40 empresas, Ren Hongbin destacou que a parceria entre os dois países já deu origem a marcos importantes como o satélite CBERS – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres e o projeto de transmissão de energia Belo Monte.
Os acordos assinados nesta visita — incluindo as compras de soja e a cooperação na mineração de níquel — são exemplos do potencial ainda inexplorado da aliança económica sino-brasileira, salientou.
Na Exposição Internacional de Promoção da Cadeia de Abastecimento, “esperamos aprofundar a colaboração industrial e tecnológica com o Brasil em áreas como a transição energética, a economia digital, a inteligência artificial e a mineração verde”, afirmou.
Destacou ainda o papel complementar entre as duas economias, sobretudo no que diz respeito à estrutura produtiva e aos recursos naturais.