A participação da China nas exportações brasileiras caiu de janeiro a novembro deste ano, enquanto as importações do país asiático tiveram um peso maior na balança comercial.
Os dados foram apresentados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), e mostram que a China continua a ser a principal parceira comercial do Brasil.
De janeiro a novembro, 28,6% das exportações brasileiras foram para a China, um percentual menor que os 30,7% de 2023. Já no sentido oposto, a fatia chinesa nas importações brasileiras aumentou de 21,9% para 24,1%.
Ainda segundo relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), o Brasil acumulou uma alta de 53,4% no volume importado de bens de consumo duráveis entre janeiro e novembro de 2024, impulsionado pelas compras de carros elétricos da China.
“O aumento dos bens duráveis foi explicado ao longo de 2024 pelo crescimento das importações oriundas da China de carros elétricos. O pico foi em junho, quando foi registrada uma variação de +320% em relação a junho de 2023”, apontou a FGV.
“A China permanece na liderança como principal mercado das exportações e importações brasileiras. O superávit com o país foi de USD 31,0 mil milhões, o que representa 44,3% do saldo acumulado da balança comercial até novembro de 2024”, ressalta o relatório do Icomex.
Segundo a FGV, a mudança deu-se também pelo aumento das exportações para os Estados Unidos e a União Europeia, e queda nas importações desses parceiros. A Argentina, mesmo em crise económica, importou mais produtos brasileiros e exportou mais para o Brasil, principalmente devido ao setor automotivo.
O saldo total da balança comercial até novembro foi de USD 69,9 mil milhões. A FGV projeta que este ano o Brasil deve ter um superávit entre USD 74 mil milhões e USD 78 mil milhões no comércio exterior.
Se consideradas apenas as trocas comerciais com a China, o Brasil já soma superávit de USD 31 mil milhões, o que representa 44,3% do saldo acumulado da balança comercial até novembro.
A FGV prevê que a balança comercial encerre o ano de 2024 com um superávit entre USD 74 mil milhões e USD 78 mil milhões. “Não se esperam fatos novos que possam alterar as principais conclusões e características da balança comercial de 2024”, acrescentou.