O peso da China como destino das exportações de soja do Brasil subiu para 79% nos dois primeiros meses do ano, com a procura a subir num contexto de conflitos comerciais globais.
Num relatório de mercado, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) brasileira adianta que, no curto prazo, os prémios de exportação melhoraram, enquanto nos primeiros dois meses do ano, “a China reduziu as suas importações dos EUA e aumentou as compras do Brasil, que representam agora 79% das suas aquisições no mesmo período”.
A Anec avaliou que o cenário de guerra comercial entre China e Estados Unidos “pode aumentar a procura pelos produtos brasileiros”, mas considerou que “o país pode não usufruir totalmente desta oportunidade de mercado, uma vez que a logística interna ainda é um fator limitante no escoamento da produção”.
Os EUA estão em segundo lugar na produção e exportação de soja e disputam mercado com o Brasil.
Esta semana, os chineses acabaram por anunciar tarifas de retaliação contra os produtos agrícolas norte-americanos. A taxa adicional para a soja foi estabelecida em 10%.
A subida da fatia nos embarques brasileiros para a China, o maior importador mundial de soja, aconteceu no meio de um recuo nas exportações totais do Brasil nos dois primeiros meses do ano.
As exportações do Brasil, o maior produtor e exportador global, totalizaram 10,7 milhões de toneladas nos dois primeiros meses, versus 12 milhões de toneladas no mesmo período de 2024, após um início mais lento nas atividades em janeiro, com uma quebra de colheitas em 2024 e um atraso no início da colheita de 2025.
Para o mês de março, a exportação de soja do Brasil para todos os destinos deverá atingir 14,8 milhões de toneladas, com um crescimento de 1,25 milhões de toneladas face ao mesmo mês do ano passado, segundo a Anec, marcando o primeiro avanço mensal de 2025 na comparação anual.
