O Governo de Portugal aprovou vários investimentos – num total de EUR 611 milhões – para o alargamento e desenvolvimento da Rede Nacional de Transporte de eletricidade, a cargo da REN – Redes Energéticas Nacionais, controlada pela China State Grid.
A empresa portuguesa de transporte de eletricidade e gás natural e que gere o Sistema Elétrico Nacional e o Sistema Nacional de Gás Natural, irá investir na criação de capacidade de ligação à rede na zona de grande procura de Sines; nos reforços da rede nacional de transporte de eletricidade “para a injeção na rede de central fotovoltaica do Pisão”; e no desenvolvimento da mesma rede no nordeste de Portugal continental, de modo a integrar renováveis e o abastecimento de novas infraestruturas de rede em muito alta tensão.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a REN afira que acresce ainda o reforço da transformação das subestações de Frades e de Penela para a integração de renováveis decorrentes do “procedimento concorrencial para a atribuição de reserva de capacidade de injeção na Rede Elétrica de Serviço Público”, produzida a partir de tecnologia solar fotovoltaica flutuante.
A REN confirmou também ter recebido “aprovação por parte do Governo, após pareceres positivos da ERSE e da DGEG, para reforçar as infraestruturas de transporte de energia elétrica de alta tensão em território nacional”: 536 milhões do Plano de Investimentos Específicos na Rede Nacional de Transporte (RNT) relativos à Zona de Grande Procura de Sines; e mais 75 milhões para outros reforços da rede, necessários para a integração de renováveis.
No que diz respeito a Sines, os investimentos visam responder ao aumento de procura por parte de consumidores industriais, criando uma capacidade adicional de ligação à rede até 5,9 GW. “O plano será executado em três fases, terminando a primeira fase a 31 de outubro de 2026, a segunda a 31 de março de 2029 e a terceira a 30 de junho de 2031”, esclarece a REN.
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, afirmou que estas aprovações “representam um sinal de incentivo que este Governo dá às empresas portuguesas e estrangeiras que queiram investir no país”.
“Ao aprovarmos estes investimentos, estamos a enviar um sinal claro de que Portugal é atrativo para os investimentos no setor da energia. Queremos incentivar as empresas, tanto nacionais como estrangeiras, a apostar no nosso País e a contribuir para a construção de um futuro mais sustentável”, sublinha a ministra.
A REN já afirmou que planeia aumentar em 50% o seu investimento anual em redes, de 187 milhões nos últimos três anos para um valor entre EUR 240 e 280 milhões, sobretudo na expansão das mesmas, sendo que os acordos assinados com promotores nos projetos solares serão também uma importante fonte de receita para acelerar esta estratégia.
De acordo com João Conceição, a REN já assinou 32 destes “acordos solares” diretos, em duas vagas desde 2021: 19 na primeira vaga, 11 na segunda e dois acordos com o operador da rede de distribuição E-Redes. “Aceitámos este modelo de financiar a expansão das redes”, disse.
De um total de 7 GW que dizem respeito a estes acordos, a empresa prevê ligar à rede metade (3,5 GW) até 2027, relacionados com os que foram assinados na primeira vaga. Numa segunda fase, até 2029/2030, serão ligados à rede os restantes projetos. Tal como nos proveitos regulados, a REN refere que os “acordos solares” apresentam um perfil de baixo risco e permitem um ‘cash flow’ a curto prazo para financiar a transição energética.
“Muita gente queixa-se que não avançamos depressa o suficiente na expansão das redes, mas temos os desafios do licenciamento e não temos uma capacidade ilimitada de investimento”, sublinhou o CEO Rodrigo Costa.