Shandong está na “vanguarda” da relação com da China com Brasil, que deverá ser de “desenvolvimento sustentável e de elevada qualidade” entre economias “complementares”, afirmou o vice-governador da província.
O vice-governador de Shandong, Song Junji, participou esta semana na Conferência de Intercâmbio e Cooperação Económica e Comercial entre a China e o Brasil, organizada pelo governo da província em São Paulo, com empresários chineses e brasileiros de diferentes ramos, bem como autoridades e o ministro brasileiro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Song Junji citou os acordos assinados pelos presidentes Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado, que serviram para a criação da chamada Comunidade de Futuro Partilhado Brasil-China por Um Mundo Mais Justo e Um Planeta Mais Sustentável, um termo diplomático que simbolizou a elevação do estatuto de relação entre os países.
“[Shandong é] uma das províncias costeiras mais desenvolvidas da China. E o Presidente Xi deu-nos a missão de sermos a vanguarda nesta relação com o Brasil para um desenvolvimento sustentável e de elevada qualidade”, afirmou, citado pelo site Brasil de Fato.
Para o vice-governador de Shandong, a província e o Brasil “possuem economias complementares”, uma vez que a região poderia oferecer investimentos na “agroindústria, mineração e energias renováveis”, e o território brasileiro possui “commodities agrícolas e minerais altamente competitivas”.
Atualmente, o Brasil é o 9º principal destino de exportações de Shandong, totalizando em 2024 USD 1,3 mil milhões. Quanto às importações, o país é o 4º que mais compra à província chinesa, alcançando um total de USD 15,7 mil milhões em 2024.
O ministro brasileiro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro enfatizou os acordos assinados por Xi e Lula durante a cimeira em Brasília que decorreu em novembro do ano passado, afirmando que os dois países querem avançar nas áreas alimentar, industrial e mineira.
“Precisamos de atos concretos para reforçar as boas relações diplomáticas e comerciais”, afirmou Fávaro, apelando também à urgência do contexto regional e à cooperação no âmbito dos Brics.
“Estou certo que em momentos como este de instabilidade geopolítica, o fortalecimento dos Brics e do Sul Global e o fortalecimento da relação Brasil-China serão pontos sólidos para a estabilidade mundial”, afirmou citado pelo site Brasil de Fato.
Ao todo, foram assinados por Xi e Lula 37 acordos que incluem aberturas de mercado para produtos agrícolas, intercâmbio educativo, cooperação tecnológica, comércio e investimentos, infraestruturas, indústria, energia, mineração, finanças, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, desporto, saúde e cultura.
Shandong a 4ª província chinesa que mais exportou em 2024, e a 6ª que mais importou. De 2023 para 2024 a província cresceu 6% e está a passar por um processo de renovação industrial.
No último ano, o número de empresas de alta tecnologia ultrapassou as 35 mil e as startups tecnológicas já são mais de 50 mil. Além disso, conta com 350 rotas marítimas, o maior volume de carga da China, e há 26 anos consecutivos que é a maior exportadora de produtos agrícolas do país.
Em 2023, a economia de Shandong atingiu um PIB de CNY 9,2 triliões (cerca de R$ 7 triliões), tornando-se a terceira maior economia da China. Todo este crescimento fez com que o jornal South China Morning Post classificasse a região como tendo um “papel chave” nos planos de Pequim.