A Shaanxi Construction Corporation (SCEGC) assinou um acordo com a CV TradeInvest, agência cabo-verdiana para o investimento externo, para aproveitar a “capacidade técnica, tecnológica e financeira” da empresa chinesa em projetos no país africano.
Na assinatura do memorando de entendimento bilateral, José Almada Dias, presidente da CV TradeInvest, apontou como oportunidade para a Shaanxi a recente aposta do governo da Cidade da Praia na infraestruturação de zonas de desenvolvimento turístico integral (ZDTI), às quais destinou 20 mil hectares nas nove ilhas habitadas do arquipélago.
“Desde já, desafio a Shannxi Construction, juntamente com o Estado de Cabo Verde, a olhar para a infraestruturação dessas zonas especiais, que são grandes oportunidades para as empresas de construção”, acrescentou, explicando que a lei cabo-verdiana permite que a infraestruturação das zonas seja assumida na íntegra por empresas privadas ou em parcerias público-privadas (PPP), com o Estado de Cabo Verde ou com os municípios.
Em declarações aos jornalistas no final do evento, Almada Dias reforçou que o Governo cabo-verdiano tem “muito interesse em atrair empresas deste tipo, não só pela qualidade técnica que trazem, o know-how, mas sobretudo pela capacidade de mobilização de montantes” significativos, que Cabo Verde “não consegue mobilizar internamente”.
Xiong Bangye sublinhou a natureza multifacetada da Shannxi Construction, já presente em Cabo Verde desde 2009, enquanto “empresa completa, com negócios em diferentes áreas, incluindo a habitação, imobiliária, transportes, energia, dessalinização”.
A cerimónia concluiu a visita a Macau do embaixador cabo-verdiano em Pequim, Arlindo do Rosário, que participou na 20.ª reunião ordinária do Secretariado Permanente do Fórum Macau e esteve presente na assinatura do acordo.
O diplomata sublinhou que “há muito mercado em Cabo Verde para as empresas chinesas e para as empresas de outros países”, distinguindo as prioridades estabelecidas pelo Governo do país no setor energético, das energias renováveis, mobilidade elétrica, entre outros, nomeadamente no projeto da Zona Económica Especial Marítima de São Vicente.
“Já trabalhámos inclusivamente com a China na elaboração da primeira fase do projeto e há espaço para empresas de todo o mundo, incluindo as chinesas, poderem entrar e investir nessa zona”, disse Arlindo do Rosário.