Universidade Portuguesa dos Açores Cria Instituto Confúcio

A Universidade dos Açores (UAc) está a preparar a criação de um Instituto Confúcio, em colaboração com a Embaixada da China, para estimular o ensino do mandarim e aprofundar o conhecimento sobre a cultura chinesa.

Segundo o Diário dos Açores, o anúncio foi feito pela reitora da Universidade dos Açores num evento dedicado à celebração da cultura e da língua chinesas, ‘Exposição Itinerante de Livros Ilustrados Chineses’, no campus universitário de Ponta Delgada, da UAc.

O evento contou com a presença do vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, da reitora da Universidade dos Açores, Susana Mira Leal, do embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang, e do presidente da Associação da Comunidade Chinesa dos Açores, Li Jinhu.

O vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, abordou a estreita colaboração entre a região e a China, destacando os avanços na cooperação científica, cultural e económica entre os dois países. Durante a organização do evento, Artur Lima sublinhou a importância do investimento externo e da promoção da região dos Açores no cenário internacional.

Artur Lima destacou que, desde a visita do Presidente Xi Jinping aos Açores, em 2014, até à recente expansão da colaboração com a Universidade dos Açores, a cooperação tem sido renovada e alicerçada em diversas áreas, como as ciências do mar, a investigação científica e as trocas académicas

O embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang, lembrou que 2025 é um ano simbólico, marcando o 20.º aniversário da parceria estratégica global entre China e Portugal.

O embaixador sublinhou que, nos últimos anos, a cooperação entre os dois países tem-se intensificado nas áreas económica, educacional e cultural, gerando resultados positivos.

O embaixador expressou o desejo de que, no futuro, as universidades chinesas e a Universidade dos Açores possam fortalecer ainda mais a sua colaboração, contribuindo para uma amizade duradoura e para o aprofundamento das relações bilaterais.

Zhao Bentang, Embaixador da China em Portugal, afirmou aos jornalistas o crescente interesse em conhecer a cultura e aprender a língua chinesa, resultado do desenvolvimento das relações bilaterais entre a China e Portugal.

O embaixador ressaltou que Portugal é um dos principais parceiros da China na União Europeia, com relações que abrangem diversas áreas, incluindo política, economia, educação e cultura.

Sobre a importância do ensino de mandarim, o Embaixador explicou que, com o crescimento das cooperações entre a China e Portugal, muitas empresas chinesas precisam de trabalhadores que falem mandarim.

“A China é o quarto país em termos de investimento em Portugal, com cerca de 12,3 bilhões de euros investidos”, afirmou.

Ele mencionou a criação de um Instituto Confúcio na Universidade dos Açores, como parte do projecto para ensinar mandarim aos açorianos, incluindo os descendentes da comunidade chinesa.

“Será um curso acessível a todos, com a possibilidade de ser feito aos fins de semana. Com o apoio governamental, será fácil para os interessados se matricularem e começarem os estudos”, disse o embaixador.

A reitora Susana Mira Leal afirmou que o objectivo é que o Instituto Confúcio seja uma realidade já no próximo ano lectivo e sublinhou a relevância deste encontro para a valorização do multiculturalismo e do conhecimento de uma das mais antigas civilizações do mundo.

Durante o evento, a reitora enfatizou a importância da língua chinesa no contexto global, referindo que o mandarim é a segunda língua mais falada do mundo, com cerca de 1,5 mil milhões de falantes.

A reitora destacou ainda a histórica ligação dos Açores à cultura chinesa, recordando que a introdução do cultivo do chá na região, no século XIX, resultou do conhecimento transmitido por um mestre e o seu intérprete ajudante chinês. Como gesto de retribuição, a universidade ofereceu ao embaixador da China uma selecção de produtos açorianos.

Li Jinhu, presidente da Associação da Comunidade Chinesa dos Açores, destacou o orgulho da comunidade em preservar as suas tradições e contribuir activamente para o desenvolvimento económico e social da região.

 

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